PRÉVIA DE PESQUISA REALIZADA PELA UNDIME MOSTRA QUE 67% DAS REDES MUNICIPAIS PAULISTAS NÃO DEFINIRAM DATA PARA O RETORNO DAS ATIVIDADES PRESENCIAIS. APENAS 1% PRETENDE VOLTAR AINDA ESTE ANO

Questionados se as atividades educacionais presenciais voltariam ainda em 2020, 67% responderam que não sabem e que não definiram, 32% decidiram que voltarão somente em 2021 e apenas 1% pretende que as atividades voltem esse ano.

A seccional paulista da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), instituição que congrega os gestores de educação das prefeituras do Estado de São Paulo, lançou, no início da semana, uma pesquisa para verificar como as cidades estão planejando o retorno das atividades educacionais presencias nas escolas dos sistemas e redes municipais de Educação. De acordo com preliminar apresentada pela organização, somente 1% das prefeituras (4 cidades) autorizaram o retorno às atividades presenciais para reforço e recuperação da aprendizagem, orientação de estudos e acolhimento emocional na última terça-feira, 08 de setembro.

Desde março, quando as aulas presenciais de todas as escolas foram suspensas devido à pandemia de Covid-19, o novo coronavírus, redes educacionais se organizaram para que as ações seguissem de forma remota. “Muito daquilo que planejamos para o ano letivo de 2020, na prática, não aconteceu. Com a pandemia, as redes replanejaram o trabalho pedagógico e reinventaram a maneira de se aproximarem dos alunos. Além da utilização de recursos e plataformas digitais, escolas distribuíram materiais impressos aos discentes sem acesso à tecnologia e à internet. As formações educacionais e reuniões com professores, por exemplo, foram virtuais e on-line”, destacou Márcia Bernardes, presidente da Undime São Paulo e Dirigente Municipal de Educação de Atibaia-SP.

Até agora, segundo prévia de pesquisa respondida pelos secretários de educação, somente 4% disseram que as atividades já retornaram nas escolas estaduais pertencentes à Secretaria da educação (SEE), do Governo de São Paulo (21 municípios). 4% também responderam que as atividades voltaram, na terça dessa semana, nas escolas de Educação Infantil das redes particulares. Apesar do Plano SP para o retorno gradual das aulas dizer que os municípios que estiverem há, ao menos, 28 dias consecutivos na fase amarela, podem retornar, os comitês municipais de contingenciamento, que também avaliam a situação dos casos e que estão ouvindo os pais e professores, não consideram o cenário adequado para a retomada, uma vez que muitas cidades têm situações peculiares e não finalizaram ou estruturaram os protocolos de segurança, pedagógicos, socioemocionais, entre outros recursos necessários para a volta segura dos alunos e profissionais.

A resolução n°61, de 31 de agosto de 2020, da SEDUC, que estabelece normas complementares sobre a retomada das aulas e das atividades presencias diz, também, que mesmo que haja a retomada das atividades, os alunos não estão obrigados a frequentá-las.

Questionados se as atividades educacionais presenciais voltariam ainda em 2020, 67% responderam que não sabem e que não definiram, 32% decidiram que voltarão somente em 2021 e apenas 1% pretende que as atividades voltem esse ano.

Do percentual que responderam que não sabem e que não definiram, 5% acreditam que as atividades voltarão em outubro (rede municipal), 24% consideram possível a liberação das escolas estaduais e 13% permitirão o retorno da etapa da Educação Infantil das redes particulares do estado, também no próximo mês.

Do total de respondentes, 87,8% disseram que as ações locais são pautadas de acordo com a decisão do comitê de contingenciamento intersetorial e que estão ouvindo os familiares dos alunos. 74% estão elaborando decreto municipal para regulamentar a decisão; 15% utilizarão outro tipo de documento, 5% dos municípios usarão o decreto estadual/municipal para a tomada de decisões e apenas 3% utilizarão o decreto estadual.

Os dados oficiais serão divulgados após o encerramento da pesquisa.

Foto: Reinaldo Jorge – Reprodução de: Diário do Nordeste