PALESTRAS DO PRIMEIRO DIA DO SEMINÁRIO TÉCNICO ABORDAM A CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO NA ESCOLA E A IMPLEMENTAÇÃO CURRICULAR COMO FORMAÇÃO

Para abrir a programação do 3° Seminário Técnico da Undime São Paulo “Implementação Curricular como oportunidade formação”, que iniciou nesta segunda-feira (11) e irá até amanhã (13), em Campos do Jordão, a professora e doutora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Maria Cecília Camargo Magalhães, explanou sobre a construção do currículo na escola e sobre o processo colaborativo-crítico de desenvolvimento de novos modos de agir.

Em sua fala, a professora da PUC-SP definiu o currículo como um documento não estático, neutro e organizado de forma fragmentada e hierárquica e que não diz respeito apenas a uma relação de conteúdos. “O currículo envolve, em todas as relações que permeiam o cotidiano da escola e fora delas, as relações de classes sociais; escolhas teórico-metodológicas, questões de poder, além da relação entre escola e sociedade.

Magalhães destacou que a organização do currículo na escola envolve, ainda, um entendimento mais profundo das possibilidades e limitações da ação escolar na organização de uma prática curricular “emancipatória”, além de ressaltar a importância de planejar o currículo a partir da comunidade escolar e das comunidades no entorno da escola, dos pais e da cultura dos alunos.

Sobre formar formadores, a professora reforçou a necessidade da criação de contextos que se organizam por relações colaborativas, a urgência no entrelaçamento de vozes entre todos os participantes, o foco no desenvolvimento e não apenas na aprendizagem e, também, a importância da mediação por artefatos culturais apropriados nas relações com outros nas experiências sociais.

Na sequência, Natacha Costa, da Cidade Escola Aprendiz e do Centro de Referências em Educação Integral, e Tereza Perez, da Comunidade Educativa CEDAC, participaram de uma mesa redonda e dialogaram sobre a implementação curricular como oportunidade de formação: a construção do compromisso com uma educação integral nas redes, escolas e territórios.

Na fala, Tereza Perez explanou que a escola precisa dialogar com o mundo, além de ser um espaço de satisfação e de convívio entre os diferentes. “A escola precisa ser um território de afeto positivo entre estudantes, educadores, famílias, funcionários e comunidades. Somente um sistema educacional reflexivo poderá dar conta da mudança permanente e gerar reflexões adequadas para o ensino, disse.

Perez abordou, também, sobre os direitos curriculares como fonte de desenvolvimento humano integral; as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular, e sobre o grande desafio que ensinar a aprender.

Por fim, Natacha Costa, do CREI, reforçou que o direito ao desenvolvimento integral das crianças e adolescentes precedes os conteúdos. Para Costa, o currículo orientado pela Educação Integral demanda, dos gestores, uma gestão integrada e contextualizada.

Sobre as estratégias da formação de gestores e professores, a Diretora do CREI destacou a importância e a necessidade da homologia dos processos, como a intencionalidade clara e compartilhada, metodologias ativas e a interação com diferentes linguagens; a aprendizagem colaborativa; a investigação e experimentação no território, a relevância das práticas pedagógicas, como a experimentação, pesquisa, reflexão, comunicação e avaliação, a reflexão coletiva e a sistematização do conhecimento produzido.