UNDIME DEBATE SOBRE A ATUAÇÃO EMERGENCIAL DAS REDES MUNICIPAIS PARA ABORDAR VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Face ao trágico acontecimento na E.E. Raul Brasil, em Suzano, a Undime São Paulo promoveu ontem, 08, em São Paulo, durante a primeira reunião ordinária do Conselho de Representantes, uma mesa que debateu sobre a atuação emergencial das redes municipais para abordar morte, luto e violência nas escolas. Mediada pela Secretária de Articulação da Undime São Paulo e Dirigente de Educação de Tremembé, Cristiana Berthoud, o momento teve a participação de Ernesto Farias, do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), e das psicólogas Patrícia Vidal e Gabriela Casellato, do Instituto de Psicologia Quatro Estações.

Falando sobre como utilizar dados dos questionários das escolas presentes no QEdu a partir da Prova Brasil de anos anteriores, para mapear o nível de violência veladas nas escolas, Ernesto Farias destacou sobre a relação entre direção e professores e professores e alunos, além de apresentar informações sobre clima escolar e dados sobre violência escolar que são desenvolvidos por meio de questionários quando há a realização de avaliações educacionais.

No QEdu é possível pesquisar dados de localidades específicas, como índices de estados e municípios. Na plataforma também é possível visualizar o resultado obtido por meio dos questionários e ter noção do perfil dos diretores e outros membros da comunidade escolar.

A plataforma apresenta, ainda, dados sobre a relação da escola com a comunidade, além de informações sobre violência no ambiente escolar, como agressão verbal e física de alunos a professores ou funcionários, percentual de agressão de alunos contra alunos, ameaça por alunos a membros da comunidade escolar, índice de tentativa de furto ou roubo, dados sobre alunos que já frequentaram o ambiente escolar alcoolizados, entre outros indicadores. “Com as informações é possível ter uma ótica sobre o clima escolar e antecipar problemas por meio de práticas e ações para a melhoria do diálogo entre escola e alunos”, destacou Farias.

Com a temática “Da vulnerabilidade à segurança no ambiente escolar: promoção de saúde e suporte efetivos, Patrícia Vidal, do Instituto Quatro Estações, destacou os fatores de risco diretamente associados ao contexto familiar prévio, como o abandono e histórico de abuso físico ou sexual, e os fatores de risco diretamente associado ao contexto escolar, como o bullying, isolamento social e rendimento escolar deficiente.

Vidal destaca que a melhor prevenção é a relação, e que a escola é uma base segura quando constitui um espaço de ajuda, compreensão (não julgamento), proteção, confiança, comunicação, cuidado, acolhimento, reconhecimento, encorajamento e afeto.

Destaca a Teoria do Apego, que tem o objetivo central de objetivo central de descrever e explicar fenômenos centrais do desenvolvimento da criança, como a propensão para formar apegos (vínculos afetivos especiais com pessoas preferenciais); perturbação emocional forte quando apegos são ameaçados ou rompidos, da construção de modelos mentais do self, do outro e do mundo, que se originam dos primeiros vínculos afetivos do bebê, e da transformação desses modelos mentais em componentes centrais da personalidade, que regulam a percepção, os sentimentos e o comportamento durante a vida.

Gabriela Casellato, também do Instituto Quatro Estações, trouxe a “promoção de saúde e posvenção diante de situações de trauma e luto nas escolas municipais do Estado de São Paulo” para o centro do debate. Durante sua fala, explanou sobre estratégias para o desenvolvimento de uma política de escola saudável, da importância do desenvolvimento de programas de promoção de saúde, da atenção especial aos alunos e educadores ou outros membros vulneráveis da equipe e sobre a promoção da saúde em rede.

Link com o vídeo da mesa:https://www.facebook.com/novaescola/videos/2194553744189739/